terça-feira, 24 de maio de 2011

Ação policial é motivo de protesto na Chapada do Rio Vermelho
Autor: Tanara Régis
Moradores da comunidade da Chapada do Rio Vermelho bloquearam nesta terça-feira (24), por volta das 18h, em pleno horário de pico, o trânsito da Avenida Juracy Magalhães, gerando um grande engarrafamento na região.

Agitados, os moradores explicaram o motivo da mobilização. Segundo eles, os quatro jovens presos, no último domingo (22), sob acusação de tráfico de drogas e porte ilegal de armas, seriam inocentes e vítimas de uma ação policial, nas palavras do povo, “bruta e sem investigação” .
Os amigos Marcus da Silva, Jadson Dantas, Danilo de Oliveira, os três com 19 anos, e Edson Silva Santos, 20, foram detidos na região  conhecida como “Pracinha”.

Familiares e vizinhos que presenciaram a ação policial contam que, ao serem abordados pelos agentes de forma considerada violenta pelas testemunhas, os rapazes assustados teriam se refugiado dentro da casa localizada na frente da residência de onde se encontravam. Por azar, justamente, o imóvel onde estariam as armas e as drogas.

“Eles são meninos de bem, nunca tiveram passagem pela polícia. São conhecidos por serem trabalhadores, honestos e  de família”, fala dona Dilma Ribeiro, mãe de Danilo.

Também estavam presentes as mães e familiares dos outros três acusados. Indignadas, elas lamentam porque não podem mais ver os filhos detidos na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), localizada nos Barris.

" A comunidade já organizou abaixo assinado e está contribuindo para conseguirmos um advogado. Agora, se eles não fossem inocentes, essas pessoas não estariam nos ajudando e se mobilizando depois de um dia inteiro de trabalho", argumenta Maria da Luz, 41, mãe de Jadson.

“Marcus e Jadson sempre chegavam pontualmente no trabalho. Não faltavam ao serviço, nunca estiveram envolvidos em qualquer confusão no bairro, são garotos de boa educação”, afirma Jackson Antônio, 37, dono do estabelecimento comercial “Cirurgião dos Colchões”, onde os dois rapazes trabalhavam.

De acordo ainda com a população, agentes da Polícia Militar teriam agredido um dos manifestantes e quebrado o seu aparelho de celular. Sobre o caso, os policiais presentes afirmaram que o possível desentendimento já estava resolvido e que não sabiam detalhes sobre a operação acontecida no domingo.

“Os meninos são pobres, mas trabalhadores. A polícia deveria investigar no próprio bairro qual é a reputação deles. O resultado é que ao invés de proteger a população, estão prendendo inocentes e os colocando no meio de marginais e bandidos”, falou Reginaldo Nascimento, que trabalhava com um dos rapazes como ajudante de obras.

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