quinta-feira, 26 de julho de 2012

Inimigo íntimo? Diretores da APLB são acusados de boicotar greve

Em 16 de julho de 2008, foi sancionada a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Em greve há 106 dias, os professores da rede estadual de ensino da Bahia lutam para fazer valer a conquista histórica e reivindicam os 22,22% de reajuste salarial. O problema é quando a oposição ao movimento grevista está “dentro de casa” e faz parte da direção do próprio Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).


Diretores do sindicato da categoria são acusados de fazer oposição e boicotar o movimento.  Segundo fontes ligadas ao comando da greve, Elza Melo (diretora de Administração), Jorge Carneiro (tesoureiro), Marilene Betros (departamento Jurídico) e Claudemir Nonato (secretário-geral), conhecido com Pig, manifestam-se favoráveis ao fim da greve.

De acordo com a fonte ligada do comando da greve ligada ao Bocão News, a proximidade das eleições tem acirrado os ânimos e os interesses político-partidários dos diretores. Os boicotes à greve, de acordo com a fonte do comando da paralisação, são feitos de várias formas. Segundo o que foi relatado à reportagem, até colocar de férias uma telefonista foi feito para dificultar a comunicação no sindicato.

“Se eu soubesse quem inventou essas mentiras, eu iria processar. Isso é absurdo e são mentiras deslavadas. Acredito sim que a greve tem que ter um sentido. Acho que chegou a hora de ter um fim. Um movimento como esse tem que começar junto e terminar junto. Sabemos que as condições não são as melhores. A APLB vem, há muito tempo, lutando por melhorias, mas temos que chegar rapidamente a um denominador comum”, afirmou a diretora Elza Melo.

De acordo com o tesoureiro da APLB, Jorge Carneiro, “todas as informações que dão conta de que os diretores estão trabalhando contra o movimento grevista‘não passam de factoides”. No entanto, Carneiro deixa claro que todos os professores têm direito a opiniões individuais sobre o rumo da greve e que todos os posicionamentos são levados ao comando do movimento para que sejam decididos majoritariamente”, justificou.

Para Marilene Betros, responsável pelo departamento jurídico, as denúncias feitas ao Bocão News não passam de uma tentativa de mudança de foco de pessoas contrárias ao movimento. “Estão querendo tirar o foco do que realmente é importante. O que precisamos, após mais de 100 dias de greve, é buscar os caminhos para resolver a situação da forma mais rápida possível. Não se pode retirar o brilho desta legítima luta dos professores”, afirmou.

Já Claudemir Nonato, Pig, apesar de negar o boicote ao movimento, evidenciou a insatisfação com a postura de alguns membros do comando de greve. "Temos o direito de expressar nossas opiniões e muitos deles não aceitam. Não existe nenhum tipo de boicote. Apenas acredito que a categoria deve acabar o movimento por cima e não é o que está acontecendo. Precisamos apontar uma saída em que o sindicato termine o movimento com unidade", concluiu.

Nota originalmente publicada às 17h do dia 24

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