Em
16 de julho de 2008, foi sancionada a Lei n° 11.738, que instituiu o
piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério
público da educação básica. Em greve há 106 dias, os professores da rede
estadual de ensino da Bahia lutam para fazer valer a conquista
histórica e reivindicam os 22,22% de reajuste salarial. O problema é
quando a oposição ao movimento grevista está “dentro de casa” e faz
parte da direção do próprio Sindicato dos Trabalhadores em Educação do
Estado da Bahia (APLB).
Diretores do sindicato da categoria são acusados de fazer oposição e
boicotar o movimento. Segundo fontes ligadas ao comando da greve, Elza
Melo (diretora de Administração), Jorge Carneiro (tesoureiro), Marilene
Betros (departamento Jurídico) e Claudemir Nonato (secretário-geral),
conhecido com Pig, manifestam-se favoráveis ao fim da greve.
De acordo com a fonte ligada do comando da greve ligada ao Bocão News,
a proximidade das eleições tem acirrado os ânimos e os interesses
político-partidários dos diretores. Os boicotes à greve, de acordo com a
fonte do comando da paralisação, são feitos de várias formas. Segundo o
que foi relatado à reportagem, até colocar de férias uma telefonista
foi feito para dificultar a comunicação no sindicato.
“Se eu soubesse quem inventou essas mentiras, eu iria processar. Isso é
absurdo e são mentiras deslavadas. Acredito sim que a greve tem que ter
um sentido. Acho que chegou a hora de ter um fim. Um movimento como esse
tem que começar junto e terminar junto. Sabemos que as condições não
são as melhores. A APLB vem, há muito tempo, lutando por melhorias, mas
temos que chegar rapidamente a um denominador comum”, afirmou a diretora
Elza Melo.
De acordo com o tesoureiro da APLB, Jorge Carneiro, “todas as
informações que dão conta de que os diretores estão trabalhando contra o
movimento grevista‘não passam de factoides”. No entanto, Carneiro deixa
claro que todos os professores têm direito a opiniões individuais sobre
o rumo da greve e que todos os posicionamentos são levados ao comando
do movimento para que sejam decididos majoritariamente”, justificou.
Para Marilene Betros, responsável pelo departamento jurídico, as
denúncias feitas ao Bocão News não passam de uma tentativa de mudança de
foco de pessoas contrárias ao movimento. “Estão querendo tirar o foco
do que realmente é importante. O que precisamos, após mais de 100 dias
de greve, é buscar os caminhos para resolver a situação da forma mais
rápida possível. Não se pode retirar o brilho desta legítima luta dos
professores”, afirmou.
Já Claudemir Nonato, Pig, apesar de negar o boicote ao movimento,
evidenciou a insatisfação com a postura de alguns membros do comando de
greve. "Temos o direito de expressar nossas opiniões e muitos deles não
aceitam. Não existe nenhum tipo de boicote. Apenas acredito que a
categoria deve acabar o movimento por cima e não é o que está
acontecendo. Precisamos apontar uma saída em que o sindicato termine o
movimento com unidade", concluiu.
Nota originalmente publicada às 17h do dia 24
Sem comentários:
Enviar um comentário