sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Governo anuncia 2.150 homens nas ruas para contornar crise de segurança

Pelo menos dois mil homens das Forças Armadas chegam nesta sexta, 03, à Bahia para reforçar a segurança no Estado, durante a paralisação de parte da Polícia Militar. A informação foi confirmada por Robinson Almeida, secretário da Comunicação Social do governo, na noite desta quinta.
Já os primeiros 150 integrantes da Força Nacional (dos 550 esperados) chegaram a Salvador por volta das 23h30 de quinta, em voo direto de Brasília (DF). “Ainda teremos uma reunião com o comando do Exército para definir o efetivo de mais este reforço”, frisou Maurício Teles Barbosa, secretário da Segurança Pública.
O encontro com o comandante da 6ª Região Militar (Exército), general Marco Edson Gonçalves Dias, está previsto para às 14h desta sexta. O secretário da Segurança também informou que não abrirá negociação com a Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), entidade por trás do estado de greve de parte dos militares. “Decretar uma greve para depois querer negociar não é o caminho. Vamos empreender todas as forças necessárias para restabelecer o estado democrático de direito. Estamos abertos a diálogos, mas não seremos coagidos com práticas criminosas”, declarou Maurício Barbosa.
Ele refere-se aos policiais grevistas que permanecem concentrados no prédio da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Eles mantem 15 viaturas padronizadas retidas, algumas com os pneus esvaziados. Marco Prisco, presidente da Aspra, insiste que só deixarão o local após serem procurados por um representante do governo para tratar de negociações: “Não adianta tratarmos com o comando da Polícia Militar. O governo tem que nomear secretários com poder de negociar, como o de Planejamento, Administração, Relações Institucionais. Alguém com capacidade de avaliar o orçamento do Estado e ciente da Lei de Responsabilidade Fiscal”, argumentou Prisco.
“A PM não reconhece a Aspra, que partiu para o vandalismo”, disse o comandante-geral, Alfredo Castro. Segundo ele, 80% do efetivo no Estado (31.450 pessoas) está trabalhando normalmente.
Encapuzados - A tarde de quinta foi marcada por ações criminosas cometidas por grupos de encapuzados. Na Avenida Paralela, houve dois ônibus atacados. “Eles mandaram todos descer, obrigaram que colocássemos os ônibus atravessados na pista e tomaram as chaves”, contou um dos motoristas, sem revelar o nome.
Os encapuzados seriam ligados aos grevistas (ou mesmo um grupo deles), que utilizaram do mesmo expediente para bloquear as vias do CAB com ônibus, tentativa de atrasar a aproximação de policiais em serviço. Cerca de 30 veículos tiveram as chaves roubadas ou os pneus esvaziados a tiros.
“Há uma onda de boatos aumentando a sensação de insegurança e casos pontuais. Mas os responsáveis por esses crimes vão responder. Queremos melhorar a condição de trabalho de nossos policiais, mas não ficaremos reféns dessa quebra de hierarquia”, concluiu Barbosa.

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